A obra do prédio do Atheneuzinho - que passará a abrigar o Centro Cultural do Banese -, está em pleno andamento. Processos como a reforma na parte estrutural e de restauração da arquitetura – datada de 1926 – estão quase concluídos. Mas um detalhe chamou atenção do biólogo José Bezerra. A atenção destinada ao prédio não foram destinada às árvores de seu entorno.
“Se existe a preservação cultural, deveria também ter a ambiental. São árvores centenárias em frente ao Atheneuzinho que estão sendo cortadas sem justificativa. Porque cortar? Só porque alguém acha feio a árvore na frente do prédio?”, argumenta o professor.
De acordo com o Diretor de programas e projetos do Instituto Banese, Ézio Déda, o corte das árvores tem licença ambiental e foi estudado no início do projeto. “Na época que o prédio foi construído as árvores eram de pequeno porte, não apresentavam nenhum problema. Atualmente elas foram atingidas por cupins, que também afetaram a obra. Por isso fizemos um estudo técnico, passando primeiramente pelo Ministério Público, depois Adema, Ibama e todos os órgãos relacionados, que nos deram a licença para o corte”, revelou.
Mesmo com todas as licenças necessárias, Bezerra, que atua em diversos projetos de educação ambiental no Estado, contesta a ação. “Fico decepcionado. Hoje em dia qualquer coisa é legalizada e fica por isso mesmo. Estou em contato com ONGs e também vou acionar o Ministério Público para contestar a medida”, ressalta.
O corte das centenárias árvores – em sua predominância Oitizeiros – parece ser amenizado com um plano de paisagismo elaborado dentro do projeto de restauração e reforma do Atheneuzinho. Segundo Ézio, mudas de árvores nativas serão plantadas em uma área destinada, previamente selecionada.