sábado, 19 de fevereiro de 2011

Oficinas no Cheirinho de Mato:O que os alunos vivenciam na fazendinha? (Parte 1)

Qual a diferença entre tartaruga, jabuti e cágado?

São chamados de quelônios os répteis que possuem um casco nas costas, são eles: a tartaruga, o jabuti e o cágado.

Tartaruga

Aquáticas, vivem na água doce ou salgada e suas patas são transformadas em nadadeiras. Elas tem o casco mais alto que os cágados, outro fato importante é que as tartarugas não dobram o pescoço para o lado ao recolhe-lo para dentro do casco.

Jabuti

Terrestres e seus dedos são mais grossos.
Água não é com ele, o jabuti é o único que vive exclusivamente na terra, tem o casco alto e as patas traseiras em formato cilíndrico, lembrando a dos elefantes.

Cágado

Vivem na água doce e seus dedos são ligados por uma membrana.
Os cágados possuem o casco mais achatado e o pescoço mais comprido.

Biologia e Manejo do Jabuti

Piranga (Geochelone carbonaria)

FAMÍLIA: Testudinidae
GÊNERO: Geochelone
SUBGÊNERO: Chelonoidis
ESPÉCIE: Geochelone (Chelonoidis) carbonaria (Jabuti – Piranga)

Curiosidades
Ocorre naturalmente em diversos países sul-americanos, como exemplo o Paraguai, a Bolívia e a Colômbia.
No Brasil, sua distribuição encontra-se principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.


Terrestre, possui o casco ovalado e alto, apresentando na carapaça uma coloração negra, sendo a área central de cada escudo amarelada. As escamas da cabeça, dos membros e da cauda possuem coloração avermelhada, alaranjadas e / ou amareladas

Pode ultrapassar os 50cm de comprimento e os 80 anos de longevidade.
No Brasil é quase uma cultura popular criar jabutis em ambiente doméstico, seja em jardins, canteiros ou terrários, sendo uma das espécies silvestres mais coletadas e comercializadas ilegalmente no passado. Atualmente, com o comércio legal, o tráfico decresce devido ao número de criadores autorizados pelo IBAMA a abastecer diversas lojas especializadas.

Os jabutis, como todo animal, necessitam de condições especiais de ambiente, alimentação e higiene. Devido a grande resistência da espécie, eles podem permanecer anos em condições desfavoráveis, porém quando filhotes podem falecer precocemente.
Um ambiente adequado para manter um jabuti saudável deve ser composto por um recinto com comprimento igual ou superior a 10 vezes o comprimento do animal. Este pode ser um jardim, o quintal, um terrário entre outros. Alguns cuidados devem ser tomados, como por exemplo, o acesso restrito do animal a poças profundas de água ou lagos, podendo levar o animal a óbito por afogamento.

Como substrato pode ser usado grama natural, terra batida, casca de árvore triturada, carpete para réptil, cascalho, areia, papel toalha ou jornal. Lembrando que muitos materiais podem ser ingeridos causando sérios problemas ao animal. Não devem ser mantidos em superfícies ásperas, impermeáveis e escorregadias.

Os quelônios são animais ectotérmicos, dependentes de fontes externas de calor para manutenção da temperatura corpórea. Portanto uma fonte de calor deve ser instalada e oscilar entre 28 - 32ºC durante o dia e 22 - 26ºC durante a noite. Os jabutis brasileiros não hibernam e podem ficar letárgicos e doentes se mantidos em temperaturas baixas por vários dias.

Os répteis diurnos necessitam de radiação solar ou iluminação artificial que apresente radiação ultravioleta B, principal fonte de vitamina D3, fazendo com que o cálcio ingerido na alimentação seja aproveitado pelo organismo do animal. O fotoperíodo varia entre 12 – 14 horas.
Limpar o viveiro diariamente com desinfetantes apropriados, sempre que necessário, ter as fezes e a comida velha removidas o mais rápido possível.

Alimentação
De hábitos alimentares onívoros, os jabutis se alimentam principalmente de folhas, flores, verduras, legumes, frutas e uma pequena porcentagem de proteína animal. Água fresca à vontade.

Verduras: rúcula, couve, escarola, chicória, acelga, agrião, folha de beterraba, broto de feijão etc. Evitar alface;

Flores: flor de hibisco, flor de Maria – sem – vergonha etc;

Frutas: banana, amoras, mamão, maçã, laranja, manga, uva, morangos, melão, tomate e frutas da época;

Legumes: cenoura, abóbora, beterraba, vagem, abobrinha, pepino etc;

Proteína Animal: minhocas, queijo de soja (Tofu), carne moída etc. Oferecer 1x por semana;

Rações: atualmente encontram-se disponíveis no mercado diversas rações para jabutis.

Reprodução
A reprodução em cativeiro é considerada fácil e os animais adultos apresentam dimorfismo sexual. Os machos possuem plastrão côncavo, cauda comprida e volumosa. Já as fêmeas possuem plastrão plano e cauda pequena. O acasalamento pode ocorrer durante todo o ano, porém a nidificação ocorre principalmente na primavera e o verão. Cada fêmea põe de 1 a 15 ovos esféricos por postura, podendo realizar mais de uma postura por período de nidificação. A incubação por ovos pode ser feita de maneira natural ou artificial, com período variando entre 4 a 10 meses.

Possíveis enfermidades e cuidados veterinários
Existem diversas enfermidades que podem acometer os jabutis, principalmente se estes forem mantidos em condições desfavoráveis. Tais enfermidades são: Pneumonias, Distocias, Descalcificação Óssea, Avitaminoses, Gastroenterites, Prolapsos entre outras. Porém, se mantidos conforme as instruções acima, dificilmente apresentarão algum problema sério de saúde.
O contato dos seres humanos com animais silvestres tem aumentado consideravelmente, influenciando o aumento e surgimento de zoonoses, doenças transmitidas de animais para os homens.

Aconselhamos que em qualquer mudança perceptível no comportamento do animal, este deve ser encaminhando para um médico veterinário capacitado a avaliar e tratar da saúde do seu jabuti.

Legislação
Os jabutis são considerados animais da fauna silvestre e sua posse e manutenção somente será permitida, com a específica documentação, no caso a nota fiscal de compra onde está explícito o nome popular, científico e a numeração do michochip, este deve estar implantado no animal ou acompanhado no certificado de origem.
A nota fiscal deve sempre estar disponível em caso de fiscalização ou transporte.
Fica sob responsabilidade do detentor do animal silvestre ressarcir os danos causados por esses animais a terceiros, ao patrimônio público ou particular, conforme previsto no Código Civil Brasileiro.

Está expressamente proibida a soltura ou introdução desses animais silvestres na natureza, estando o infrator sujeito às penalidades previstas nas leis n. 6.938/81 e n. 9.605/98.

Fonte: Bichos de Cia


Caçar, Comercializar ou manter animais silvestres em cativeiro é CRIME.