domingo, 2 de dezembro de 2012

Sustentabilidade: Consumo infantil não é brincadeira


O Ministério do Meio Ambiente (MMA) acaba de lançar uma cartilha muito interessante sobre consumo sustentável voltada para o aprendizado das crianças. Chama-seConsumismo infantil: na contramão da sustentabilidade, é fartamente ilustrada e tem uma linguagem leve e didática. Mesmo publicado praticamente no final do ano letivo, o material deve ser muito e útil para educadores e também para os pais. De qualquer forma, o MMA, junto com o Ministério da Educação e a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) prometem distribuir quase 100 mil cartilhas em todo o país, no início de 2013. Mas você pode fazer o download gratuito, no final deste post. Quem sabe sirva até para publicitários e marqueteiros inteligentes e sensíveis, já que o público infantil tem sido alvo preferido e fácil da propaganda nos últimos anos.
Além de apresentar formas mais adequadas de abordar a criançada na hora de falar do assunto, a cartilha também traz dados preocupantes. Um deles é uma pesquisa realizada com menores delinquentes internados na Fundação Casa São Paulo, dando conta de que o acesso rápido ao consumo, independência e prestígio é o grande combustível que induz aos delitos.
O texto – preparado sob orientação do Instituto Alana, que se dedica às alternativas para garantir os direitos das crianças – parte do princípio de que ninguém nasce consumista: o consumismo é hábito adquirido e traz problemas para a sustentabilidade. Aborda temas como os perigos dos excessos, como o do consumo de alimentos industrializados – com consequente aumento da obesidade infantil – e no tempo gasto pelos jovens diante do aparelho de TV que despeja informação de incentivo ao consumo desenfreado. Segundo o Ibope, são mais de 5 (cinco!) horas diárias.
A publicação é uma boa oportunidade para perceber que não adianta apenas ensinar seu aluno ou seu filho a apagar a luz quando sair da sala ou escovar os dentes com a torneira fechada. Ele também deve ser educado para entender que os produtos de que dispõe no seu cotidiano – grande parte deles supérfluos e dispensáveis – consomem recursos naturais que precisam ser preservados.
Por outro lado, a família e a escola também devem mostrar ao jovem exemplos práticos de que estão fazendo a sua parte ao aderir ao consumo consciente. Talvez esse seja o capítulo mais complicado da história.
Fonte: Planeta Sustentável, Afonso Capelas Jr.